quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A saga de uma obesa - Gordinha feliz!!!!


Quem é que nunca ouviu este comentário? Lembro-me que na faculdade – fazia psicologia – alguns alunos metidos a mestre comentavam que eu era expansiva porque era gordinha. Gente eu sempre fui tímida, acho que com o passar dos anos eu me liberei , sempre fui de falar pelos cotovelos. Mas nunca fui obesa, passei a ganhar peso depois dos 30 anos. Cheguei aos 74 kilos. Foi quando uma prima havia perdido peso e ficado magrinha, inclusive até hoje ela mantém seu peso. Me indicou seu médico, era lá no Jabaquara, um médico bem barrigudinho por sinal. Logo me receitou entre outros componentes a tal da anfetamina, foi quando conheci essa miserável. Nossa fiquei doidona, tinha insônia, e para passar o tempo - porque não dormia - Limpava carpete de madrugada, descascava alho, cebola, escolhia feijão, costurava, bordava. Parecia um guaxinim, ficava a noite toda acordada, coava café e levava uma caneca pro guarda noturno da minha rua.
Sempre feliz, era esse meu lema. Só tinha um problema, eu perdia os 14 kilos em seis meses, e depois paulatinamente, recuperava estes catorze, acrescidos de mais 14. Meu peso acompanhava a inflação da época. Chegava aos 98, perdia 10 e recuperava 20. E nesse vai e vem durante 14 anos fui adquirindo comorbidades, dislipidemias, diabetes, hipertensão. Estacionei aos 110 kilos.
Nossa, nessa fase eu pensei: Vou entregar pra Deus, vou ser gorda mesmo e foda-se. Cansei de fazer regimes, fiz todos os regimes da moda.
Vou tentar lembrar alguns deles.
Teve um chamado regime espiritual. Até nisso eu apelei, fui lá, além de pagar caro, paguei mico. Assisti a uma palestra ministrada por um cidadão que mal sabia falar o português, não porque era estrangeiro, e sim porque era ignorante mesmo e tem mais, se achava, dava até dó. Lembrava muito o Jacinto Figueira Junior (O Homem do sapato branco)
Não me lembro do endereço acho que era também lá no bairro do Jabaquara aqui em São Paulo, nem vou me prolongar nisso porque não deu certo ok?
Também houve um médico lá em Diadema, era a bola da vez, o cara era bom, isso que o povo falava, ele receitava uns remédios e você tinha que tomar água com açúcar, e põe açúcar nisso.
Credo em cruz!!! Aquilo me dava um revestreis. Era só eu tomar o remédio das 10 horas que não parava de falar, parecia uma R15, falava pra kct, e bebia água, litros e litros de água.
E depois suava mais que tampa de marmita, algumas amigas pensavam que eram sintomas da menopausa.
Ah! Antes disso tinha também um médico lá de São Caetano. Este além de me receitar anfetaminas, também aplicava umas enzimas mais conhecida como mesoterapia, milhões de agulhadas.
Ele tinha uma característica peculiar. Enquanto ele prescrevia a receita ia ditando as proibições numa ordem e numa tonalidade de voz super engraçada, me lembrava um filme de Jerry Lewis. É proibido comer: Pão, pão com manteiga, com requeijão, com geléia, com queijo, com patê, bolacha, bolo, risoles, coxinha, esfiha, kibe, pizza, pipoca, tortinhas, empadinha, macarrão, lasanha, chocolate, sorvete, doce de leite, de abóbora, brigadeiro, cajuzinho, quindim, pudim, pele de frango, gordura de carne vermelha, de porco, todos os tipos de doces.
Emagreci, fiquei parecendo a Barbie de tão magrinha. Meses depois. Como diria Kafka! ”Maldita barata Preta”
Engraçado, tínhamos na época, uma turma de amigos que faziam também os mesmos regimes, era muito engraçado mesmo, porque ninguém se tocava, mas tínhamos uma esperança que dizia - Desta Vez vai dar certo.
Fui também aos Vigilantes do Peso, vixi Maria não posso nem me lembrar daquela sopa de abóbora, tinha que começar primeiro com ela. Também não deu certo.
Depois conheci uma médica no Ipiranga Dra Dayse, foi através dela que soube da cirurgia bariátrica, mas confesso que me senti ofendida, imagina audácia, eu não tinha morbidade.
Ledo engano eu tinha comorbidades, meu fígado e meu pâncreas estavam comprometidos. Me lembro dela vendo meus exames e ficando perplexa!
Ah...Tinha uma médica também lá na Aclimação que receitou anfetaminas e um medicamento que inchava no estômago, coitada, nem se tivesse engolido meia dúzias de Bob Esponja, aquilo não tirava minha fome de jeito nenhum.
Depois foi a vez de um médico lá no Itaim, uma fala esquisita, ficava numa sala super gelada, a impressão que eu tive era que ele já havia morrido e se conservava numa câmera fria. Este me lembrava os filmes de terror da minha época com Vicente Price. Fiz umas aplicações também por lá. O dó. Nadica de nada. Perdia e ganhava.



Alcancei um ponto onde você tem noção que está perdendo a razão. Precisava manter a sanidade mental, além de gorda iria ficar lelé?
De tanto tomar anfetaminas, passei a me sentir confusa, esquecida. Às vezes, pegava o carro e ia pra um determinado lugar, mas o que acontecia no intervalo entre a saída da minha casa e a chegada ao local específico, havia uma ausência de informações, não me lembrava como havia chegado.
Uma ocasião havia encomendado os remédios, eram manipulados, para uma farmácia que fazia entrega em domicílio. Era inverno, e estava frio havia acabado de chegar e como minha calça estava apertada e estrangulando minha cintura, preferi tirá-la, nisso o telefone tocou e eu sentei e fiquei de papo ao telefone com minha mãe, nisso tocou a campainha falei com minha mãe que ligaria mais tarde e fui atender a porta. Notei que o entregador, um senhor, não me olhava, falava comigo olhando de lado, recebi os remédios passei o cheque e entrei pensando: Que homem estranho. Guardei os remédios na cozinha e subi para o andar de cima lá de casa, ao chegar ao topo da escada me deparei com o espelho e gritei. Gente eu havia tirado as calças e havia esquecido deste detalhe. Claro que o tiozinho virava o rosto eu estava sem calça e só de calcinha. Tadinho o homem ficou todo constrangido e eu obviamente nunca mais pedi remédio pra aquela farmácia.
Voltava na Drª Dayse ela me falando sobre a cirurgia e eu trabalhando isso em terapia. Houve uma época que achei que já estava preparada. Lembro que o convênio não cobria, teria que pagar, ao invés de trocar de carro, resolvi fazer a cirurgia. Fiz exames e coisa e tal, na hora aga, dei pra trás.
Retornei aos Vigilantes do Peso, levava minha mãe comigo, que ironia, ela pesava uns 40 kilos e 1.54. pequenininha, mignon. Tadinha, ela dava a maior força. Do jeito dela, mas dava.
Engraçado que eu ia a casa dela e ela me servia bolo, suco, salada de fruta, chocolates e depois de servir todas as guloseimas, me dizia: “Silvana minha filha você é tão bonita, olha só sua barriga esta encostando no volante do carro. faz uma força minha filha e vê se emagrece, você gasta tanto dinheiro com essa remeidaiada que dá até dó, o que você já gastou com isso dava pra eu comprar uma casa”
Mas, eu era a filha dela e não importava, qualquer uma era mais gorda que eu.
Fui eu de novo lá no médico, exames, e tudo de novo, convênio ainda não pagava, e tinha encarecido mais ainda. Tudo certo... Tuado, mais dei pra trás again
Minha mãe ficava brava, mas ao mesmo tempo ela dizia, ainda não chegou sua hora de fazer.
Pra encurtar tentei mais 2 vezes e desisti.
Um dia folheando uma revista, vi uma moça vestida com uma saia midi, com uma bota preta e um cinto por cima da blusa. Ameiiiiiiiiiiiiiii este modelito. Fui atrás pra comprar, obviamente só fui encontrar a blusa numa loja especializada pra mulheres grandes. Mulheres grandes.....Que eufemismo!!!!! Mandei fazer a saia, o cinto tenho até hoje. Jesus me abana, ainda vou tirar uma foto com ele, se pá eu fotografo ele e ponho neste texto. Só faltava a bota!!!!!! Então?????? Cadê as botas???????? Quem é, ou foi gorda, sabe bem o que eu to falando
Não tinha! Procurei mais não tinha nenhuma que cabia nas minhas canelas.
E ainda por cima tinha aquelas calças Skinning que eu achava a coisa mais linda. Mas era mais fácil Jesus andar na terra de novo do que eu entrar numa calça daquelas.
Comentei com uma prima que mora em Miami e ela me deixou feliz, pois havia me dito que por lá ter muitos obesos, era certo que eu encontraria. Pra não errar, ela pediu para que eu medisse a circunferência da minha panturrilha. Fiquei com tanta vergonha que não mandei, falei que tinha encontrado por aqui. E disse chega!!! Antes chorei rios de lágrimas, sozinha e myself.
Desta vez fui até o Instituto Garrido e fiz todos os exames, o convênio já pagava a cirurgia e também existia uma nova técnica a Videolaparoscópia.
Continua nos próximos capítulos

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Acompanhante


Eita, que semana passada foi difícil, e põe difícil nisso. Muitas coisas aconteceram de uma só vez, ai o bicho pegou. Tiraria tudo de letra se não fosse o terrível incidente. Whatever poderia ter sido pior. Notícias boas, notícias ruins, mas foi fervida!!!!!

Mas tem o lado comédia da vida. “Sabe aquele velho ditado que diz: Seria cômico se não fosse trágico” Vamos lá que tenho algumas passagens assaz hilárias pra contar pra vocês. A Gi quando ler este post vai logo ligar Lé com Crê (Assaz? Gostas? Acepipes? Convescote?) hahhahahaa. Acertei né?

A semana passada recebi a bandeira de largada no que tange em relação aos procedimentos pré-cirúrgicos do bonitão. Tudo tranqüilo, exames de sangue, temporal em São Paulo, transito, o bonito em jejum, tudo as mil maravilhas.
Eu não tenho culpa se as veias dele sofrem da síndrome do avental branco.
Elas simplesmente desaparecem. Bem daí o coitado foi sendo furado até achar à bendita. Ai você ouve: Estes exames aqui não são realizados nesta unidade somente na Unidade Sei lá o quê, toca a gente ir pra lá pra aproveitar o jejum. Feito! Ponto para caravana Do Jardim Santa Cruz.

Chegou o dia da Videoendoscopia. Quem já não fez não é mesmo? Coisa mínima! Bobagem!!!!. NADA!!!! Eu é que sei a dificuldade de ter que acompanhar alguém pelo segundo dia consecutivo, com seu humor diabólico matinal em jejum! Nuessa!!!
Foi punk! Mas tudo bem. Chegamos no local britanicamente e fomos atendidos à brasileira, ou seja, 45 minutos depois. Conheço os procedimentos. Você entra, toma um tranqüilizante, borrifam um anestésico goela abaixo e ripa na chulipa. Aliás, cabe um comentário aqui a parte – Eu amo fazer estes exames só por conta destes tranqüilizantes. Gente tenho sérias tendências a criar uma dependência a estes tipos de medicação. Seguindo o enterro.
Eu sentadinha lá, na sala de espera, folheando uma revista mole de tão lida. Quando vem o bonito sendo arrastado por uma enfermeira toda risonha. Deus do céu, eu não li os sinais, já deveria ter imaginado o porquê da enfermeira estar risonha. Ela o deixou sentado ao meu lado e partiu, sem olhar para traz. Perguntei se ele estava bem, ele disse que sim, zoado, zoado!!! Levantamos-nos e fomos para recepção a fim de obter informações a respeito da retirada dos resultados.

Foi exatamente aqui que começou o meu vexame! Na recepção em letras garrafais, existia uma lista contendo todos os exames que eram ali realizados. O bonito assim como uma criança que começa a ser alfabetizada começou a ler um dos exames mencionados e assim procedeu.

U L T R A S S O N O G R A F I A D E T E S T Í C U L O S

Olhou pra mim, perplexo! Como assim Bial? E não parou por ai, teve uma crise de riso e repetia: Porque alguém faria um exame desses? Será que é pra saber qual das bolas era masculino & feminino. Tudo isso regado a muito riso obviamente, a recepcionista tentando segurar o riso sem sucesso.
Olhei séria pra ele e disse: Fique quietinho se não a mamãe não compra sorvete quando a gente sair daqui. Depois desse comentário, a recepcionista perdeu todo o protocolo e rachou de rir.
Vocês pensam que minha história acaba por aqui? Naninaninani.....tem mais.
Não é que ele é bom mesmo de direção, foi me ensinando todo o caminho a fim de podermos seguir nossa Via Sacra, para realizar outro exame. O de fundo de olho, coisa básica tranqüila.
Cheguei no local, procurei deixá-lo bem acomodado e confortável enquanto eu preenchia as fichas para a realização do tal exame. E quando olho pra ele, ta se rachando de rir sozinho e balançando a cabeça. Pensei ai meu Deus o que será?
Fui até ele a tempo de ouvir sua ultima frase, falando consigo e seu myself. “Ultrassonografia de testículos” e quá quá quá quá quá.

Disse: Amor você ainda está pensando nisso. Vamos tomar um café pra você não ficar muito tempo sem se alimentar, e assim segui até a lanchonete o amparando pelo braço, e o bonito ria sozinho. Gente ai vem o pior da coisa.

Uma senhora de uns 70 e poucos anos, olhou pra mim comovida e disse:
É Alzheimer não é? Olhei pra ele, e depois olhei pra ela e pensei numa fração de segundo. Não, eu não vou ficar aqui explicando porque que o bonitão ta feliz da vida. Vou falar que tá drogado, porque foi sedado?
Não me fiz de rogada e respondi. É sim!!!!
Segui meu caminho até a lanchonete e a senhorinha ficou lá pensativa, agradecendo a Deus por estar com a cabecinha boa.

Hoje voltamos lá, no mesmo bat local pra realizar um outro exame, foi sedado novamente e ao passar em frente ao painel da Ultrassonografia ele ameaçou ter outra crise de riso, ai puxei ele logo pelo braço e entramos no elevador e viemos embora. Amanhã e cárdio, mas é tranqüilo é sem sedação!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009


A primeira lição que aprendi no curso de psicologia foi que, se alguém te incomoda, pode estar certa que – ou esta pessoa é tudo aquilo você: Foi, é ou gostaria de ser.
Interessante este ponto de vista. Justamente porque na ocasião existia uma pessoa que me incomodava muito, e usando este método de pensamento, tentei sozinha buscar uma solução para este meu problema.
Pensei, pensei e pensei... Conclusão, eu de certa forma agia como esta pessoa e olhando-a do lado de fora pude perceber o quanto eu era feia no sentido comportamental. Daí em diante fui, aos poucos, modificando meu comportamento e acabei cortando relações com esta pessoa.Afinal ela foi um aprendizado para mim. Aprendida a lição, não tinha mais o porquê desta pessoa ficar em minha vida, uma vez que sua companhia era assaz desagradável.

Anos depois, me deparei com uma situação semelhante, só que fui percebendo que eu estava do lado de lá. Ou seja, alguém próximo a minha pessoa passou a me atacar não verbalmente, mas sutilmente, com pequenas alfinetadas aqui e ali.
Parei, e pensei... Ó meu Deus, eis me aqui vivenciando esta mesma experiência.
Hoje já profissional e acompanhada por uma colega de trabalho avaliamos juntas os episódios.

Os ataques surgiam da outra pessoa justamente por eu estar vivendo um momento de minha vida que ela certamente gostaria também de vivê-lo.
E agora um recadinho para ela , nem sei se ela sabe desse meu cantinho, mas nunca se sabe né? Whatever... Linda, a vida acontece nas frações de segundos, e um a um, constrói o tempo. Viva intensamente aposte em seus sonhos, lute, seja perseverante que você chega lá. Ah! E outra coisa, não perca seu tempo com mesquinharias, além de não levar a nada, amarga seu dia a dia e te atrasa seu encontro com a vida. Um beijo
Ps. Gente deixem de ser persecutórias, essa pessoa never vai entrar aqui pra ler este meu blog, uma, porque eu disse uma pessoa muito próxima e não disse amiga, aqui só entra brother and sister